Prefácio
Tubarão DuLixo
Sarau Suburbano
lugar de cortejar a poesia...
de comungar a palavra...
lugar de deixar falar a voz do coração...
onde se fala “é nóis”...
onde até quem não fala tem voz...
incrustado no Bixiga...
reduto de bamba...
fez do centro seu mocambo...
onde tem cultura na mesa...
nas noites de chuvas ou não...
sobre frio ou calor...
cheio ou vazio não importa...
sempre intenso e imenso...
de emoções ali expostas...
dos mais diferentes sotaques e gestos...
pois quem chega traz sorriso em versos...
outros aplausos e sorrisos
em sinal de respeito e identificação...
lugar de celebração da palavra...
onde a pronúncia muitas vezes é errada...
mas com objetivos certos...
sentimentos e conhecimentos de peito aberto...
bibliotecas ambulantes ou curiosos
em busca de uma palavra que o sirva...
é o rap é a rima ou repente...
audição apurada na hora da declamação...
lugar onde me reconheço...
olhando de frente como se olhasse no espelho...
quantas cores e diferentes cabelos...
crianças... tranças... semelhanças...
consultando o “seu Aurélio”
ele me disse que sarau é festa ou concerto noturno...
sarau suburbano é isso...
festa de quebrada no centro...
lugar onde se descobrem talentos e afinidades...
onde se lançam livros e discos e vídeos
como “eles” nunca imaginaram que
aconteceria um dia...
não sabíamos nem ler né?? rsrsrs...
que ironia...
de só escutar aprendemos a falar...
e nos escutar...
é o aprender com o ouvir...
e tornar a dar sua palavra...
sarau suburbano é o lugar
onde expulsamos nossos fantasmas...
tornamos público nossos amores...
nossas dores...
de dividir o sucesso, o regresso...
onde se sai aliviado de ter falado ou só escutado...
na hora se vê o resultado
o sorriso no rosto estampado
de satisfação ou missão cumprida...
lugar de onde se brinda a vida a cada noite de poesia...
salve para toda a família que fortalece no
dia-a-dia...
Alessandro Buzo do trem é o maquinista...
sarau suburbano é nóis...
que no amor ainda acredita!!!
Apresentação
Alessandro Buzo
Criei o Sarau Suburbano por livre e espontânea pressão. Muita gente me dizia: — Por que você não faz um sarau ?
Sinceramente, me sentia contemplado em fre¬quentar outros saraus da cidade. E organizar um sarau representava pra mim mais trabalho, sem remuneração, diga-se de passagem. A livraria Su¬burbano Convicto era ainda no Itaim Paulista, bem menor que a de hoje, no Bixiga. Lá a gente pro¬movia um evento chamado Encontro com o Autor, convidava um escritor pra lançar seu livro e no final sempre rolavam umas poesias.
Um dia recebo um telefonema da amiga Fabiana Menini, de Porto Alegre. Ela queria que eu fizesse “o meu” sarau na Feira do Livro de Canoas. Então expliquei que eu não tinha um sarau, mas ela insistiu argumentando que sempre havia no meu blog poetas que declamavam na livraria. Expliquei que aquilo fazia parte do lançamento de livros na Suburbano Convicto, que a esta altura, 2010, já estava no Bixiga. Não adiantaram todas as minhas explicações, ela estava decidida e disse que ia levar para Canoas eu e o “meu” sarau, que dali em diante se chamaria Sarau Suburbano.
Naquela época fazíamos outro evento no Bixiga, o Suburbano em Debate, que era nada mais do que três debatedores falando de um tema. O assunto da edição seguinte seria exatamente sarau. Para debater, foram convidados Raquel Almeida (Elo da Corrente), Lids Ramos (Sarau da Ademar) e Vagnão (Sarau da Brasa). No final do debate expliquei que daqui a dez dias promoveríamos um evento chamado Sarau Suburbano no Sul do país, e anunciei que naquele momento, ali mesmo no Bixiga, estava nas¬cendo o Sarau Suburbano, em sua primeira edição. Em Canoas, Marilda, Vagnão, Michel Yakini e eu fi¬zemos a segunda edição.
Voltei do Sul e não parei mais, o sarau passou a ser duas vezes por mês, uma no Bixiga (na Livra¬ria Suburbano Convicto) e outra no Itaim Paulista (zona leste de São Paulo, no Espaço Suburbano Convicto). Com a paralisação (não o fim) do Espa¬ço, a gente passou a fazer duas vezes por mês no Bixiga, na segunda e na quarta terça-feira de cada mês.
A partir de 2012, quando o Sarau Suburbano es¬tará completando dois anos, as apresentações pas¬sarão a ser semanais, com Tubarão DuLixo, Evandro Borges (meu filho) e eu na direção dos trabalhos. Toda terça-feira terá Sarau Suburbano no Bixiga, rua 13 de Maio, 70/2º andar.
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