terça-feira, 24 de janeiro de 2012

São Paulo 458 Anos

458 anos, es tu metropole.
Um dia "Terra da Garoa"
Hoje... das enchentes.
Como é lindo sua gente.
Sou mais Heliopolis,
Paraísopolis
Capão Redondo
Itaim Paulista
Moinho.
Sua desigualdade social é gritante.
Jd Europa, Daslu, Morumbi.
Oscar Freire, Iguatemi.
Muito loko isso aqui.
Uns tem muito, outros quase nada.
SP também tem BALADA.
Tem forró, Punk, Hip Hop, samba, sertanejo, rock.
Tem Sarau de periferia.
Tem guerreiros e guerreiras.
Aqui tem futebol de todas as cores.
Tem o VERDÃO, tem preto e branco e Tricolor.
Tem Ju Jovem, Leões da Fabulosa.
Imponente, es tu Av Paulista.
Marco Zero é na Praça da Sê.
Brasilândia, São Miguel, Jd Pery.
Povo bom você encontra aqui.
Mandaqui, Jd Angela, Pirituba.
Periferia no centro é Bixiga, Glicério.
Lugar de boy é nos castelo do jardins, carro que vale milhão.
Não gosta de pobre não.
Mas se encontro no sinal, nas suas esquinas.
Ai tudo pode acontecer.
O que salve essa gente,
Que esnoba e ostenta.
É que na favela e nas quebradas, maioria é trabalhador.
Sabe o seu motorista, sua empregada. Então....
O segurança da sua filha mora na favela.
São Paulo, ame ela.
Terra das Oportunidades e da falta delas.
Quem não ama essa terra.
Pode ter nascido aqui como eu, paulistano.
Mas a metrópole tem gente do mundo todo.
Dos Italianos aos africanos, muito português, oriental, tem até a Liberdade e tal.
Abraça a acolhe a todos.
São Paulo com suas marginais, Tietê, Pinheiros.
Transito é Kaos atual, um dia vai parar.
Vamos abandonar nossos carros e andar por São Paulo a pé.
Carro, Carro, muito carro.
Falta Bike, falta transporte público de qualidade.
Não queria ficar dizendo essas verdades no seu aniversário.
458 anos de lutas e conquistas.
Mas tem hora que penso, que Deus esqueceu da gente.
Ou é mesmo como cantou os Racionais: - Deus é uma nota de 100.
Mas temos fé, em dias melhores, menos injustiças e desigualdades.
"NÃO EXISTE AMOR EM SP", como declamou o Criolo.
Mas, a gente ama, mesmo tendo que pegar o metrô pra Itaquera às 18h na Sê.
A gente até sorri, somos um povo alegre por natureza.
Basta surgir um pandeiro.
Basta sobrar um troco pra gelada.
Queimar uma carne, reunir amigos e família.
Como é bom, a gente vive a cidade.
O mais rico dos rico, anda de helicoptero.
Não piso no chão, não vive tranquilo.
A desigualdade social as vezes cobra caro.
Mas o que São Paulo tem de melhor. Eles nunca viram.
Um estádio lotado, uma feira livre, comer pastel.
Nunca foi num classico da várzea, nem bebeu nas mesinhas da calçada.
Cada um, cada um.
Eu sou favela, sou Suburbano Convicto.
Amo meu povo e nossas quebradas.
Essa é a minha São Paulo.
Pra finalizar esse poema, que não foi escrito em Moema.
Queria dizer que te amo.
E ainda.... parabéns pelos 458 anos.
Quanto a Deus: - Olhai o nosso povo da periferia.
Amém.

Alessandro Buzo é escritor
www.buzo.com.br

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