sábado, 1 de abril de 2017

Esse cara sou eu.



Esses dias no Cartola em Boiçucanga, ouvi do Haroldo Blues que eu sou um cara que faz acontecer, fala e executa, não fica de blá blá blá.
Ele falou em outras palavras, mas disse isso.
Realmente me vejo assim, nem sempre o saldo no banco está no azul, dinheiro curto faz um tempo, puxando daqui pra cobrir ali, enfim, realidade do brasileiro.
Mas não me apego as dificuldades, quanto mais difícil fica, mais vou pra cima.
Esse começo de ano deveria ter sido péssimo, sabia que ia faltar grana, que as contas não iria bater, que seria osso.
Mas prevendo que isso pudesse me derrubar, me levar pro baixo astral, stress e depressão, resolvi começar o ano a milhão, foi o que fiz.
Além do Sarau Suburbano semanal em São Paulo e mensal no Litoral Norte, voltei na livraria do Bixiga em SP (completa 10 anos esse mês), com o evento Suburbano em Debate e criei o SLAM CONVICTO, ou seja, mais eventos, mais movimento e quem sabe, vendas, lá na frente contratações.
Fiz ainda meu décimo terceiro livro, o que deixa meu nome em evidência e além das vendas, tem gente me lendo.
Por fim, com parceiros e aliados, gravamos (está quase finalizado as gravações) em pouco mais de um mês, um longa metragem, arrecadamos um pouco de $$$ com apoiadores, dinheiro só pra despesas mesmo, mas, temos um filme de alta qualidade e que vai surpreender a todos.
Eu sou assim, nunca fui o cara dos editais, nunca ganhei nem o VAI, mas sou realizador.
Parte do que realizo, boa parte, uso minha credibilidade.
Só que credibilidade não se compra no mercado, se conquista.
Tenho crédito com amigos, parceiros e aliados, porque trato a todos com respeito e não deixo rastro, papo reto não faz curva. Ai quando você precisa, ouve mais sim do que não.
Quando o filme: Fui ! estiver pronto e estivermos exibindo ele pelo Brasil, muitos vão dizer: - Como você fez esse puta filme sem grana.
Amigo, essa é fácil de responder: - Fiz porque um sonho coletivo, sonhado por várias pessoas, se torna realidade.
Eu sou assim, a contra indicação, favelado com livro na mão.
Não vai ser um governo golpista, nem o desaparecimento de grandes patrocínios, nem a falta de cobertura da mídia, que vai me parar.
Trabalho dia e noite, fim de semana e feriado, a crise vai passar, as dificuldades financeiras também, o que fica é a minha trajetória, essa ninguém rouba, muito menos apaga.
Sigo, Suburbano Convicto até depois do fim.
Alessandro Buzo

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