sábado, 23 de fevereiro de 2019

Literatura (é) a Cura

Acabo de ler o sétimo livro do ano, médio de 3,5 por mês até aqui.
Trata-se do livro: José Junior - No Fio da Navalha (Record, 280 páginas), de Luis Erlanger.
Já tive algum contato com o Luis Erlanger, na época que ele era da Globo e depois que saiu, mas nunca foi uma amizade.
Com o personagem da biografia, o José Junior do Afroreggae, tive alguma relação, não chegou ser de amizade, mas proximidade.
José Junior já esteve entre as três pessoas que eu mais admirei no fazer cultural e social.
Meu primeiro contato com ele foi no Itaú Cultural, fui assistir uma palestra dele e achei o cara foda.
Uma fala que não se esqueço: - As vezes algum rico lhe procura pra oferecer dinheiro pro Afroreggae e ele diz que se quiser ajudar a favela, é só diminuir a carga horária da empregada doméstica dele e lhe dar um aumento, já vai estar tirando um ou dois do crime.
Ou seja, o cara é bom de ideia.
Nesse dia lhe dei um livro meu, o recém lançado na época, Guerreira da Global Editora, não sei como foi a conversa, mas ele encomendou 900 reais de livros e disse que doaria pras pessoas em Vigário Geral. Ele estaria no Itaú Cultural no dia seguinte e eu poderia lhe entregar. Num email copiado eu, mandou alguém depositar o dinheiro na minha conta. Quer agradar escritor é comprar seus livros, no atacado pra distribuir na favela, mais ainda.
Uma vez fiz contato com ele, pra conhecer o Afroreggae, já que eu estaria no Rio de Janeiro.
Ele me respondeu que não poderia na data, mas que colocaria alguém a disposição pra me levar e mostrar tudo.
Encontrei o amigo que não lembro o nome no centro, pegamos um ônibus e descemos na frente da entrada da Comunidade de Parada de Lucas.
Adentramos a favela, logo perto tinha uma casa do Afroreggae, os instrumentos de percussão, uma galera, ele me mostrou o prédio, apresentou geral e seguimos, no caminho me explicou que íamos cruzar de Parada de Lucas pra Vigário Geral, coisa impossível de fazer por mais de 20 anos que as favelas eram dominadas por facções rivais. A um tempo (pouco), era do mesmo comando e liberou a passagem.
A divisão das favelas se chama: Faixa de Gaza.
Foi o lugar mais impressionante que já vi em toda minha vida, lembra o que a gente vê na TV nas guerras no oriente médio, uma escola e todas as casas em ambos os lados eram totalmente crivadas de balas, um cenário de guerra.
Estava eu (Buzo), esposa Marilda Borges e filho Evandro, bem pequeno.
Depois conhecemos o lado de Vigário Geral, almoçamos na chupetinha, uma senhora que usa chupeta, comida caseira, muito boa.
Nesse dia vimos o tempo todo soldados do tráfego de drogas, armados de fuzil, andar por lá sem ser conhecido só mesmo com alguém com a camisa do Afroreggae, tinha muitas na favela, quem usa ostentava com orgulho.
Outro dia foi a inauguração do Espaço Waly Salomão, uma sede gigante no coração da favela de Vigário Geral.
De novo fomos a família Suburbano Convicto completa. Nesse dia, de festa, a entrada na favela estava liberada, muita gente entrando, nenhum soldado de fuzil a vista, diferente da primeira vez, lá estava o governador, acho que o Sérgio Cabral, a Regina Casé, outras autoridades e celebridade, na parte interna do prédio que não tive acesso.
Na rua um palco e shows.
Vi o ator Matheus Nachtergaele, que estava meio chapado andando de um lado pra outro. Era outro planeta.
Falei com vários cabeça do Afroreggae, o Écio Salles me apresentava.
Lembro do Evandro curtindo o show do NXZero, depois vi o NXZero numa gravação do Manos e Minas, conversando com o Ferrero Di, disse ter visto esse show em Vigário Geral e ficamos amigos, nos falamos algumas vezes depois disso.
Nesse dia do show, vi a chegada da minha amiga Silvia Ramos, sabia que ela trabalhava com segurança pública, até hoje quando dá merda ela aparece falando no JN e outros programas de jornalismo. Mas nesse dia vi ela passando, ainda me cumprimentou e depois os PM de várias patentes bateram continência pra ela, fiquei impressionado.
Não cheguei com o Ecio Salles, mas lembro de ter ido embora com ele e ficado impressionado, ele conhecia todo mundo na favela e as pessoas o amavam, ele foi do Afroreggae.
O Afroreggae era (ou é), gigante. Difícil imaginar se em São Paulo a Suburbano Convicto chegaria tão longe, tanta estrutura, mas era referência. O José Junior era o cara que não temia nada e fazia acontecer, tem um lance de mediador de conflito, lembro de ver ele na TV entrando pra falar com bandidos, numa treta foda numa favela, acho que nas ocupações pra Upps.
Depois venho a decepção, não aceitava o fato dele assumidamente ter apoiado o Aécio Neves, achava o cumulo da contradição.
No livro ele explica como surgiu a amizade com Aécio, numa parceria do Afroreggae com a polícia de MG quando ele era governador, um projeto que não deu certo no RJ, mas vingou em Minas.
Explica que apoiou ele, porque acredita em pessoas e não partidos. Enfim, não muda muito minha decepção.
Li recentemente duas reportagens dizendo que o Afroreggae está atolado em dívidas, projetos que não conseguiu prestar contas.
Um dia quem sabe trombo o José Junior e posso falar com ele, quem sou eu pra julgar.
Na verdade acho que não vale a pena, chegar ao ponto de andar escoltados por seguranças particulares, policiais do Bope, de folga, bancados por um banqueiro (dono do Santander).
Mas os fatos que narrei acima são inesquecíveis pra mim, tenho um respeito e carinho pela instituição Afroreggae que salvou ou mudou várias vidas, centenas, ou talvez, milhares.
José Junior é um ser humano, com falhas, mas convicto de suas ações e realizador.



quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Alessandro Buzo tomou posse da cadeira do áudio visual no município de São Sebastião-SP, pra 2019 / 2020.



Buzo fala na posse



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Ato da posse do novo Conselho Municipal de Cultura, aconteceu nesta quinta-feira (21/02/2019), no Observatório Ambiental, na Rua da Praia no centro de São Sebastião-SP
Chapa: Alessandro Buzo, Suplente: Grace Luzzi, nomeados conselheiros da sociedade civil, pra assuntos de áudio visual.
Presença do Presidente da Fundass - Cristiano Ribeiro e outras autoridades municipais.
Além do áudio visual, outras cadeiras foram nomeadas, Literatura, Hip Hop, Samba, Cultura tradicional caiçara entre outras,
Agora é trabalhar, é um cargo não remunerado, mas precisamos fazer o melhor pra cultura, mesmo que os frutos só forem colhidos pelos nossos netos.
É isso, mãos a obra.
Alessandro Buzo
conselheiro de áudio visual em São Sebastião-SP.



Grace Luzzi e Alessandro Buzo









quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

MAX B.O. e OSSO BANDA faz o Sarau Suburbano Litoral Norte balançar, casa cheia, super lua e os poeta chapa quente.





Osso Banda, Buzo e Max B.O.

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Fotos: Evandro Borges e Marilda Borges
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SARAU SUBURBANO Litoral Norte, edição de fevereiro, 19/02/2019, foi mais uma loucura que não tenho palavras pra descrever.
Lotado, bonito, chapa quente. O sarau é sempre na "3a terça-feira" de cada mês
Trouxemos o MAX B.O. de São Paulo, rapper, apresentador de TV. Um dos maiores improvisadores do país, deu show de carisma e talento.
Teve também o lançamento do CD "Músicas pra balançar o esqueleto" da OSSO BANDA, Teresa Saci e sua turma, falaram do álbum e encerraram o Sarau Suburbano Litoral Norte com músicas do CD, trazendo como sempre as crianças presentes juntos e fazendo alguns vários adultos, lembrar de quando era baixinho.
Na apresentação como sempre Alessandro Buzo e Abertura da nossa Banda Fixa, Os Listras Negras.
Destacar que MARESIAS tá colando em peso, ontem o Bonde estava pesado, deixar meu obrigado, não vou citar nomes pra não esquecer alguém.
O BAR DA PRAIA em Boiçucanga é nossa casa, estamos muito felizes com a parceria, Raisa, Henrique, tamo junto.
Valeu Pousada Spa Ventos do Camburi que hospedou nosso convidado e o Barco Alcatrazes Gp28, do comandante Toni Nogueira que disponibilizou um passeio até "As Ilhas", pro Max B.O.
A todo mundo que colou, meu muito obrigado por estarmos juntos, porque assim somos mais fortes.
Quem não foi, perdeu um grande sarau e uma super lua.
Alessandro Buzo
Boiçucanga - São Sebastião-SP





Ana, Buzo e Teresa Saci, com o CD da Osso Banda



Laly






Eduardo Paulis e Portuga





Ariela



Katia Cipris



Paula Aragão e namorado



Isabel e o filho Théo





Max B.O.



Buzo e Max B.O.



Jean Garfunkel



Os Listras Negras





Teresa Saci











Maria, Ligia e Lili Carabina







Brenalta Mc e Max B.O.



Tatiana e Max B.O.











Bia
















Brenalta Mc

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SARAU SUBURBANO
Em São Paulo, toda 2a, segunda-feira do mês na Livraria Suburbano Convicto do Bixiga. #ANO9
Em São Sebastião, toda 3a, terça-feira de cada mês no Bar da Praia em Boiçucanga. #ANO4
* Único sarau do país em duas cidades diferentes, 180km uma da outra.

www.sarausuburbano.blogspot.com

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

LIVRARIA SUBURBANO CONVICTO IRÁ ENCERRAR ATIVIDADES EM 30 DE MARÇO.

Por: Alessandro Buzo, proprietário


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Desculpa o textão, mas é um COMUNICADO OFICIAL.
A Vakinha on line criada pra "SALVAR" a Livraria do fechamento as vésperas de completar 12 anos, só arrecadou 39% dos 5 mil que precisávamos pra deixar as contas em dia até o CARNAVAL. Como não deu o total, reafirmo que não tenho mais como bancar o prejuízo de manter as portas abertas da única livraria especializada em literatura marginal do país.
Encerrando as atividades me livros de quatro despesas: ALUGUEL, Luz, Vivo/Internet e estacionamento. Manter isso com as "vendas" atuais, é impossível.
Enquanto pude, banquei a diferença.
Há 4 anos não moro mais em São Paulo, impossível eu abrir de segunda a sexta, mas quando abrimos não vai ninguém (ou quase ninguém), fora dos dias de eventos.
Só abrimos dias de eventos, como o Sarau Suburbano passou de semanal pra mensal, porque teve edições bastante esvaziadas em 2018, passou a ter quase que só um evento por mês, o Sarau Suburbano na 2a, segunda-feira de cada mês, o que vende em um sarau, entre livros e bomboniere, não paga o aluguel, esse ano já tivemos uma visita do Chile, comprou livros, mas essas pessoas de outras cidades, estados e até países são de vez em quando.
Já cansei de anunciar que corríamos risco de fechar, a galera até cola um pouco mais no sarau e compra uns livros, mas depois volta a mesma.
Não tenho mais como acumular dívidas, fecharemos dia 30 de MARÇO 2019, a 11 dias de completarmos 12 anos.
Até lá.....
Teremos o Sarau Suburbano de março, dia 11.
Abriremos alguns dias pra quem quiser comprar livros.
Convocaremos aos autores que tem livros consignados, pra retirarem suas obras.

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Chance de reverter ???
A Vakinha ainda está no ar, apesar de ter acabado o prazo.
https://www.vakinha.com.br/…/livraria-suburbano-convicto-20…


Se acontecer alguma mobilização pra compra de livros e pagarmos os atrasados, poderemos e queremos seguir em frente.
Só não tenho mais como agitar mobilização.
E não irei mais pedir ajuda, o Vakinha foi o limite.
Não vejo a livraria como um comércio, e sim como um espaço cultural, onde já passou a nata da literatura marginal, poetas que hoje estão bombando em Slam´s e artistas com carreiras internacionais no hip hop. Nossa história é gigante, centenas de saraus, debates, pocket shows, lançamentos.
Mas tudo nessa vida um dia acaba, estamos perto do fim.
Como proprietário me livro de um B.O.
Como escritor minha alma dói.
Sem mais
Alessandro Buzo

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Sarau Suburbano Litoral Norte, próxima terça, dia 19 no Bar da Praia em Boiçucanga.


Com MAX B.O. e OSSO BANDA.



Apresentação: Alessandro Buzo
Abertura: Banda Os Listras Negras.
Alô São Sebastião, POESIA VIVE !!!

www.sarausuburbano.blogspot.com