Texto: internet
Sebastião Nicomedes, diz que tomou um choque ao morar na rua, mas que não foi o fim do mundo
Da rua ele saltou para o universo das letras, dos livros e do teatro, o ex sem-teto Sebastião Nicomedes, que conta como é viver à margem da sociedade e como se tornou poeta, escritor, ator e leitor de Machado de Assis, George Orwell, Charles Bukowski e Émile Zola.
Nascido em Assis, interior de São Paulo, Tião – seu apelido entre os colegas – detalha para o apresentador os primeiros dias do sofrimento de não ter onde ficar. “Tomei um choque quando fui morar na rua. No começo foi complicado, quis morrer, tive momentos de depressão. Depois, achei normal, fui me adaptando com aquilo”, diz, reforçando que a rua não é o fim do mundo.
Nicomedes fala que, ao ter de encarar o dia a dia, os outros sem-teto foram solidários com ele. Essa relação amigável foi conquistada graças à água – rara nas ruas, mas que ele costumava ter junto dele. “Eu sempre procurava estar com um galão grande. À noite, as pessoas tinham sede, e por não ter onde encontrar, iam beber comigo”.
Sobre a veia artística, o entrevistado comenta a atração que tem pela literatura e cita seus projetos, como as peças Diário de um Carroceiro e O Homem sem País, na qual interpreta gratuitamente. Questionado se ganhava algo pelos trabalhos, responde aos risos: “Eu pensava que teatro desse dinheiro, mas vi que não dava”. Hoje em dia, Tião ministra oficinas de artesanato para os “artistas de rua”, como ele próprio define seus alunos.
Gravação do Programa Metropoles, anos atrás.....
Tião Nicomedes, Alessandro Buzo, Rappin Hood e Sérgio Vaz
sábado, 17 de julho de 2010
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