Por: Alessandro Buzo
Nas entrevistas que fiz para o livro que vem por ai (Hip Hop - De Dentro do Movimento), destaco uma frase do Thaíde, quando perguntei quem ele é no dia a dia.
- Sou sempre um guerreiro, mas em casa eu tiro a armadura, na rua não da.
Realmente. Na rua é melhor estar sempre alerta.
Não me vem com esse papo de que não tem inimigos, isso e aquilo.
Também não tenho, não devo nada pra ninguém, ajudo na medida do possível muita gente, mas não posso me dar ao luxo de dizer que não tenha inimígos, mesmo essa sendo uma palavra muito pesada.
Queria não ter e sair as ruas sem minha armadura de guerreiro, mostrar minha cara sem ela.
Mas o simples fato de você progredir, faz com que muita gente sem espírito, sem disposição, sem talento, sem história, te olhe com inveja e deseje seu mal.
Quando dou um passo sentido ao progresso, vou na fé, porque vão falar,isso é fato, mas é melhor falarem mentiras: - O cara se vendeu ?
- O cara só se preocupa com ele ?
- Ta enricando ...... (Até queria, na moral)
Do que você deixar de fazer as coisas por receio do que vão dizer e então irão falar: - Ta vendo ? Não falei que aquele cara não estava com porra nenhuma ?
- Você viu o cara, maior pilantra.
Entre as duas opções, prefiro a primeira.
Realizo mil fita e deixo que falem: - Fale bem, fale mal, mas falem de mim.
Os bico se ataca que eles estão comentando uma parada bem loka e na mesma semana vem outra.
Só para constar, não trabalho "tanto" porque quero, exclusivamente.
Também o faço por nescessidade. Quanto mais se cresce, mais conta pra pagar e quanto mais você ganha, mais você gasta, ja diziam.
Mas me mato de trabalhar, na ativa 12 à 15 horas por dia, porque prometi um futuro melhor pro meu filho, eu sofri nessa vida a minha cota e a dele.
Então pra ele convênio médido, um quarto na moral com as paradas dele, estudando inglés e por ai vai.
Mas a garantia maior em ainda não conquistei, uma casa, um teto pra gente chamar de nosso.
Ta bom, saímos da casa de 2 comodos que a gente morou por 11 anos (ele 8), na Favela do Buraco no Itaim Paulista. Mas saímos pro aluguel, só porque não dava mais pra morar em 2 comodos.
Mas um dia, nem que eu tenha que lutar até o fim das minhas forças, a gente chega lá, no objetivo.
Os 40 anos batem na porta (completo em 2012, antes da Copa no Brasil), de vez em quando dói aqui, dói ali. Me sinto cansado, confesso.
Mas cada dia que passa, visto minha armadura e vou pra luta.
Depois do objetivo alcançado, quem sabe eu não tire o pé do acelerador, afinal não tenho muitos sonhos de consumo.....e deixo as coisas acontecerem mais tranquilamente.
Ainda não posso, não coloquei filho no mundo para pagar os veneno que eu paguei.
Alessandro Buzo
Sobre (eu) mesmo.
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quinta-feira, 22 de julho de 2010
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