sábado, 3 de março de 2018

Crônica da minha vida.

Não conheço outro caminho.
Por:
Alessandro Buzo
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Tô tiozinho, 45 anos de idade bem vividos e não conheço outro caminho pra alcançar os objetivos e o sucesso na carreira e na vida, que não seja o trabalho.
Cresci no Itaim Paulista, extremo da zona leste de São Paulo, nos anos 70, 80, 90. Opções de lazer e cultura beirando o zero, naquele tempo.
Devido a vida, pai que foi embora, encarei os trens lotados e o meu primeiro emprego de office boy em 1985, nasci em 72. Ou seja, aos treze anos de idade.
No meio do caminho, quase me desviei do caminho do bem, mas refleti e voltei a tempo. Uma frase da minha mãe Luzia Buzo (in memorian), salvou minha vida: - Não quero te ver preso, nem numa viatura.
Foram anos e mais anos de trabalho de empregado, fui de tudo um pouco, office boy, aux. de escritorio, aux. Dpto pessoal, ajudante geral, vendedor e por ai vai.
Em 2000 lancei um livro independente e me inseri na Literatura Marginal (engatinhando em 2000). Junto venho o Hip Hop, depois a TV e o cinema.
De lá pra cá, 17 anos e pouco, lancei vários livros, fiz dois filmes, trabalhei 6 anos na TV, até na Globo eu meti minha cara de periférico por 3 anos.
Nem o tempo na TV, nem os livros, nem minha livraria, nada garantiu uma, digamos, estabilidade financeira, sempre foi e será, luta.
Mas vieram no meio do caminho algumas conquistas, como minha casa, ter um carro, ter viajado pelo Brasil e outras mais, ter tempo de ser um pai presente.
Deixei meu último emprego de vendendor de alimentos na zona cerealista em São Paulo, pra viver o sonho, de trabalhar só com cultura, isso em 2008. Já são 10 anos, fazendo o que eu gosto, com altos (época de Globo e Uninove), e baixos, como a de crise (2017).
Nos piores momentos de 2017, tive ao meu lado esposa e filho, junto, firme.
Encaramos um bar pra manter as coisas andando e seguimos, a Livraria Suburbano Convicto do Bixiga quase faliu, mas ainda assim, lancei meu décimo terceiro livro "O Filho da Empregada" e acreditem, filmei (de janeiro e abril de 2017), um longa metragem, o Filme: Fui ! que vou lançar em 15 de abril de 2018. Sem dinheiro, no pior ano de contratações desde muito tempo, consegui realizar, graças a uma equipe de 9 pessoas, o filme, que agora ganha as telas do cinema.
Não falo que trabalho demais pra impressionar ninguém, nem porque ache que outras pessoas não trabalhem tanto assim, não me comparo com ninguém.
Só sei que não está nada fácil, mas não é falta de luta, trabalho 30 dias no mês, até nos dias de folga, rola umas horinhas na internet, que é sempre à trabalho, não perco tempo com "cria" não sei de onde, nem vendo como eu seria de outro sexo, nem nada disso. Foco meu tempo e energia, pra tocar os trabalhos em andamento e articular outros, quero manter esse ritmo até meus 50 anos, depois, tentar diminuir, viver mais e trabalhar menos.
Depende é claro de ser bom os próximos 5 anos, mas acredito que vá ser, não pelos governantes (não espero nada deles), nem por nada, só acredito, e pra realizar, trabalho, que não conheço outro caminho pra vitória.
Obrigado quem soma em qualquer um dos corres, quem curte meu trabalho.
Obrigado ainda quem torce contra, sem vocês seria chato, me dão força pra seguir.
Estilo Capota mais num breka.
Alessandro Buzo, escritor e cineasta.
Se sentindo determinado.

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