sábado, 10 de setembro de 2016

A primeira vez a gente nunca esquece.



Mc Chaveirinho e Buzo



Buzo na missão



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Fotos: Marilda Borges

Ontem (sexta-feira, 9 de setembro de 2016) foi dia de quebrar alguns paradigmas e conhecer um pouco melhor o movimento funk de São Paulo, que só conheço do "lado de fora", ontem pela primeira vez e a primeira vez dizem a gente não esquece.
Mas antes quero falar de "outra primeira vez", o evento foi no Teatro Flávio Império onde por duas vezes (uma no Programa Manos e Minas da TV Cultura e outra no SPTV da Globo) eu denunciei o fato dele ter passado anos "fechado", só tinha os seguranças, lembrando que o espaço é público municipal, pedi duas vezes quando estive na mídia, a sua volta. Ontem "pela primeira vez" fui lá com uma das atrações do evento "Funkeros no Teatro" organizado pelo meu amigo de pouco tempo, MC Chaveirinho, mas digo amigo porque apesar do pouco tempo, vi que ele faz um trabalho bacana.
O nome já deixa claro, Funkeros no Teatro é um evento de funk.
Também já tive e talvez tenha ainda um pouco (pelo conteúdo de parte das letras, cunho pornográfico e a falta de respeito com os moradores do entorno dos pancadãos), por esses dois motivos tive e talvez posso dizer que ainda tenho um PRÉ CONCEITO do FUNK. Mas....
Não é possível ignorar o funk e nem dizer que ele não é, assim como o Hip Hop que eu amo, uma cultura da quebrada, das favelas, das periferias, onde sempre vivi, onde o RAP nasceu (porque as pessoas da São Bento vinham da quebrada), então é preciso conhecer mais de perto (tenho visto a Liga do Funk) em vários eventos de cunho político, pra entender e porque não, plantar uma semente pra que o funk se torne melhor, porque arrasta milhares de jovens nas nossas periferias, não adianta ignorar ou só, sempre, criticar.
Ontem foi o primeiro evento de funk que fui na vida.
O "Funkeros no Teatro" é um evento voltado pro Funk consciente.
No Teatro Flávio Império tinha de tudo, de crianças (no público e um MC de 9 anos), a pessoas da melhor idade, várias famílias.
O evento começou com o MC Chaveirinho falando, trocando com o DJ do evento. Dai eu, Buzo, apresentado como sendo do Movimento Hip Hop falei por cerca de uns 30 minutos... geral prestou e deu a maior atenção, gostaram das poesias e conheceram minha trajetória, viram como um suburbano convicto do Itaim Paulista conseguiu lançar 12 livros, fazer um filme, ter um sarau semanal, uma livraria e ter trabalhado na TV, boa parte do público me conhecia da TV.
Foi bacana, agradeço o convite e a todos presentes pelo respeito e ideias trocadas depois.
Abriu a sessão de funk com MC Pow, ou Paul, o mano disse que ligava minha casa no Itaim, que a mina dele mora lá perto, cada MC cantava umas duas, três letras (curtas) e falavam um pouco, o mano disse do corre que faz, além do funk que é o sonho dele, o cara tem uma peixaria num sacolão na brigadeiro e outros dois empregos, correria total, falou dos manos que ele vê dizendo que "estão no corre" e que o corre dele é trabalhar, já comecei a gostar.
Depois dele mais uns 6 mcs participaram e encerrou com o Luan, MC Novinho da ZL (de 9 anos), rimando falando da escola, da onda no intervalo, letra boa e por fim MC Larissa, adolescente.
Posso dizer que a minha primeira vez num funk foi extremamente positiva, sigo não gostando de letras pornográficas e tendo restrições quanto a pancadões em áreas residenciais, mas hoje posso dizer que é especifico nesses dois temas, porque ontem vi que é possível uma outra opção de funk, sem deixar de ser funk. Teve um ou outro ostentação, que também gera debate, mas não foi nada demais também, até entendo melhor essa parte hoje, não concordo 100%, mas entendo melhor.
Dei 3 livros e vendi um, nisso a média é parecida com um evento de Rap, rss...
Já do lado de fora (o espaço é público, proibido campanha), mas já na calçada, o MC Chaveirinho agitou uma panfletagem da campanha BUZO VEREADOR 65010.
Só sei que sai do evento me sentido bem, a primeira vez a gente não esquece.
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Alessandro Buzo
escritor





Esse casal é figura demais, ela comprou um livro Guerreira, depois da minha fala.



Conheci um pessoal que cuida de 19 crianças com câncer em Itaquera, pretendo ir lá conhecer.





Buzo e Luan, de 9 anos, conhecido como MC Novinho ZL



MC Larissa



Mc Paul que cito no texto



DJ



Noiva do MC Chaveirinho, só registrando o evento.



Mano do ABC, me foge o nome agora, gente boa, humildade total.





MC Coreia















Garota que divulgou sarau que acontece no Teatro Flávio Império toda última quinta de cada mês.



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