Dia 24 de dezembro de 2000, na sede da Ass. dos Moradores do Jardim das Oliveiras no Itaim Paulista, foi nesse dia (logo véspera de natal) e local que lancei meu primeiro livro, intitulado "O Trem - Baseado em fatos Reais", sem ter a noção ao certo do que seria lançar um livro, organizei o evento e chamei o mesmo de Mega Evento de Lançamento do livro tal.
Divulguei (com apoio do meu primo Magú), com cartazes colados nos postes (colamos uns 300 no Itaim Pta) e eu mandando por fax, do meu trampo de vendedor de alimentos num atacadista, para imprensa.
Liguei 102 e pedi o tel. de cada jornal que circula na cidade (Folha, Estadão, etc...), cada emissora de TV, Revista.
Liguei e pedi o numero do FAX da redação de cada um deles, mandava o cartaz de lançamento.
Ninguém me disse que era pra fazer assim, eu tive que aprender sozinho.
Como naquela época era uma novidade um cara da periferia lançando um livro, consegui bastante exito na minha divulgação.
Fizeram uma matéria de 2 paginas (primeira assinada pela Juliana Penha, que depois virou minha amiga e hoje mora em Portugal), na Revista Rap Brasil, saiu em duas paginas depois do lançamento.
No mês do lançamento, sai em 2 paginas da Revista Caros Amigos (Socrates na capa), numa matéria intitulada "O poeta pega o Trem" e assinada pelo Guilherme Azevedo (hoje do Site Jornalirismo), foi a primeira vez que alguém me chamava de poeta e a revista divulgou email e tel. de contato, meu primo abriu um email pra mim no BOL e ele acessava, imprimia e me trazia, eu respondia a mão e ele no outro dia mandava os emails pra mim, assim funcionou por um tempo, depois ele largou um pouco de mão e perdi uma entrevista no Programa Provocações, ele só me trouxe o email um mês depois da gente ter recebido.
Com o contato da Rap Brasil, descolei o numero do Davi do Gueto, na época empresário do grupo de Rap "RZO", a letra da música "O Trem" dos caras, estava nas paginas do meu livro e liguei para convidar eles pro lançamento, nunca tinham ouvido falar de mim e apesar do pessimo dia (vespera de natal), o proprio Davi, mais dois manos e o rapper Sandrão, foram ao lançamento, nascia ali uma amizade com o RZO que dura até hoje, depois conheci o Helião e a rapa que colava em sua famosa laje.
Além dos caras do RZO, colou no lançamento meu pai, mãe, irmão e amigos proximos, além de integrantes dos 3 grupos que se apresentariam, um grupo de Rap "Autenticos Mc´s", um de Rock "The Concept", um grupo Punk que me foge o nome.
No dia do lançamento, saiu matéria de meia pagina no Jornal da Tarde.
Todas matérias sairam devido as fax, não conhecia nenhum jornalista.
O contato na Caros Amigos fez eu vender uns 30 à 50 livros para outros estados, deposito bancário x correio, como faço até hoje.
Posteriormente saiu na Rap Brasil (MV Bill na capa) e na matéria uma foto minha e do Sandrão.
No lançamento devo ter vendido uns 10 livros, meus primeiros 10 livros.
Muita agua passou debaixo da ponte desse dia até hoje, mas não tem como esquecer o dia que mudava (sem saber), o rumo da minha vida.
Me tornava um escritor da periferia e nessa batalha estou até os dias de hoje, com 5 livros publicados e 3 coletâneas literárias organizadas.
Hoje acredito que seja mais fácil, porque ao menos os manos que chegam tem referência, eu não tinha nenhuma, era como um cego no meio de um tiroteio, aos poucos vendi os 500 exemplares do livro, de mão em mão, de mano em mano.
O segundo livro teve de esperar 4 anos, só veio em 2004, depois de eu quase desistir.
Hoje vivo exclusivamente da cultura (em geral) e lembro desse dia como um marco, minha vida é antes e depois de 24 de dezembro de 2000.
Tive a felicidade de ter minha mãe nesse lançamento, os proximos ela não estaria mais entre a gente.
Muitas histórias como essa serão contadas durante o ano de 2010, afinal, ninguém pode apagar essa história, ninguém pode deixar de acreditar num sonho, por mais maluco que ele pareça.
Aos que vieram depois, precisam também saber quem lutou para abrir os caminhos que hoje, com muito orgulho, vários seguem.
Tenho visto alguns que chegaram esses dias e pensam ser os donos do movimento literário periférico, sem saber como tudo começou, fica difícil.
Lembro ainda que depois, a única livraria que aceitou colocar meu livro no catalogo de vendas, sem vir por uma distribuidora, foi a Livraria Cultura do Conjunto Nacional, lá o Ferréz (que tinha lançado Capão Pecado), conheceu meu trabalho, quando liguei pra ele pela primeira vez, ele disse: - Vi seu livro na livraria.
Pensei que era caô, só estava em uma, perguntei: - Qual ?
- Na livraria cultura da Paulista. Respondeu ele pra minha surpreza.
Marcamos de eu ir no Capão pra gente se conhecer, viramos amigos na Lojinha 1 da Sul que era na frente da casa dele no Jardim Comercial.
Desse contato surgiu o convite para estar na Coletânea literária "Caros Amigos/Literatura Marginal-Ato I", que reuniu 10 autores, entre eles Jocenir (Diário de Um Detento), Paulo Lins (Cidade de Deus) e o Sérgio Vaz, que nunca tinha ouvido falar.
A revista abriu algumas portas, mas isso fica para a proxima história, desses meus 10 anos de carreira.
Alessandro Buzo, 2010 é 10 !!!!
10 anos de carreira
alessandrobuzo@terra.com.br
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
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Buzo,
ResponderExcluirparabéns, você é merecedor. sou teu fã.
abs.
sérgio vaz
vira-lata da literatura