Terminei ontem (23/3/20) a série (oito episódios) BARRA BRAVAS, que pra quem não sabe são as torcidas organizadas na Argentina.
A série fala de um time fictício chamado Ferroviários e foi gravado no estádio do time Tucumam.
Pra tentar limitar o poder dos Barra Brava, o presidente do clube contrata uma mulher honesta, neta de um ex-presidente, pra chefe de segurança, ela vai bater de frente com o grupo, mas terão perdas pra todos os lados. Difícil combater qualquer sistema viciado e as vezes só medidas dentro da lei não será possível trazer resultado.
Gostei da série, mais que do filme ULTRAS.
Aqui no Brasil temos várias organizadas que circulam internamente nos clubes, que ganham ingresso pros jogos, muito do que mostra a série acontece no mundo todo. O futebol moderno, com suas arenas, tenta elitizar o futebol pra afastar o mais pobre, achando que assim, combatem a violência, não concordo com isso.
Voltando a Argentina, uma vez numa ida a La Boca, numa das várias lojinhas ao redor do La Bombonera, um vendedor disse que poderíamos tirar uma foto como Barra Bravas, me deu um moleton que deixa só os olhos de fora e um porrete com prego na ponta, não quis contestar e dizer que não me interessava a foto, então eu fiz, mas nunca publiquei, na verdade, acho que apaguei. Mas o cara se orgulhava de dar ao cliente essa chance de parecer um barra brava.
Como torcedor admiro as torcidas argentinas em geral, estive no jogo Boca Jrs 0x2 Palmeiras em La Bambonera, a festa, o barulho, as músicas, é impressionante, a arquibancada literalmente treme. É incrível. Foi o jogo mais emblemático da minha vida. Já fui 3 vezes na Argentina e todas fui a La Boca, duas fazendo turismo e uma pra ver o jogo. Além do jogo, outra coisa que me liga a La Boca é que lancei o livro "Del Cuento a La Poesia" pela Editora Eloísa Cartonera, a sede é no bairro, atrás do estádio, na parte não turística, vi a La Boca dos moradores no lançamento em 2014.
Por tudo isso, gostei da série.
Alessandro Buzo
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