domingo, 1 de março de 2020

Literatura e Cinema.



Por: Alessandro Buzo

Me intitulo escritor e cineasta.
Quando ainda vendia alimentos num atacadista, tinha acabado de lançar meu primeiro livro, entreguei um cartão de visita pra um fornecedor da empresa que eu trabalhava, estava escrito: Alessandro Buzo, escritor.
O cara me zuou, disse que eu era vendedor e escritor era o Paulo Coelho.
Um dia um amigo, disse que não era legal eu dizer "cineasta" porque tinha um filme só. Hoje tenho dois.
Não respondi esse amigo, mas um filme pra um cara que venho da periferia, equivale a 10 de uma pessoa com grana.
Tenho lido razoavelmente bem, foram 21 livros em 2019 e já li 8 em 2020.
Também venho assistindo várias séries e filmes, faço isso como uma faculdade, aprendo lendo e vendo filmes, pra mim é trabalho.
Sonhava ter um aparelho de vídeo cassete, mas nunca pude comprar, depois venho o DVD. Era difícil ver filme, tinha que ir na locadora, pagar por filme, ter o aparelho (cassete ou DVD), na tempo do VHS ainda precisava rebobinar a fita antes de devolver.
Hoje é mamão com açucar, várias formas de ver filmes, Youtube, Netflix, GloboPlay e por ai vai. Eu uso a Netflix e nunca vi tanto filmes na vida.
Tinha preconceito com séries, isso acabou com La Casa de Papel, depois vi várias outras, as que mais curti além de Casa de Papel foram, Vis a Vis, Irmandade, Sintonia, Elite. Gostei também de Pacto de Sangue, um pouco menos das citadas anteriormente.
Sei que em 2020 vou lançar um ou dois livros, organizar uma coletânea do Sarau Suburbano que comemora 10 anos.
Um filme novo, terceiro como diretor, não sei quando, nem se vai acontecer.
A literatura além de eu já ter 13 livros e um certo prestígio na cena da literatura periférica/marginal, depende mais só de mim, posso escrever e lançar independente, já o cinema precisa de equipamento, depende de outras pessoas, o diretor só costura tudo, mas tem o diretor de fotografia, o editor, câmera, som, é mais complexo, fiz dois filmes sem captar nenhum real, mas isso limita muito, queria ter pelo menos 100 mil reais pra fazer um filme, mas onde arrumar, quando se vem da periferia, tudo é mais difícil. Eu faria outro sem grana, mas meus parceiros nos primeiros filmes, não mais.
Minha continuidade como cineasta é incerta, mas acredito que não vai ser "só" 2 filmes, quero mais.
Escrever e dirigir uma série, um sonho.
Já livro, meu décimo quarto é previsto pra Maio/2020, Vida de Suburbano. (Editora Reformatório).
Amo literatura e cinema, mas no Brasil, é quase um milagre viver disso, eu tento.
Futuro a Deus pertence.
Alessandro Buzo

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