quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

ENTREVISTA "COLETIVA" COM ALESSANDRO BUZO - Parte 1.

Seguidores do Alessandro Buzo no Facebook, mandam perguntas e ele responde em forma de entrevista, confira as 4 primeiras que chegaram.



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Pedi pro meus seguidores nos meus 3 perfil lotados e na Fan Page, que mandassem perguntas que eu responderia em forma de entrevista, chegou (de ontem 23h, até hoje 6h), as 4 primeiras, vou responder aqui como PARTE 1 e chegando outras durante o dia, respondo a tarde. OK... Obrigado a quem participou.
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07 de dezembro de 2016
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Débora Reis: Quais são os projetos do filme Profissão MC 2 para 2017 ?
Alessandro Buzo: Olá Débora, valeu por participar, boa sua pergunta. No momento não existe projeto pro Filme Profissão MC 2 acontecer em 2017, a única coisa certa é que se um dia ele acontecer, terá o Dexter de protagonista.
Desde 2010, 2011 que tento captar dinheiro pra fazer o Profissão MC 2, que não é continuação do um, mais uma nova história, fictícia, de superação. Como terá cirme, cadeia e rap e o Dexter de protagonista, podem pensar que é a história dele, mas não é, será ficção.
Mas, diferente do um que a gente fez sem captar um único real,, esse precisa de pelo menos R$ 100 mil pra fazer, como até agora não consegui essa grana (já tentei Rumos do Itaú Cultural e outros) e já faz tempo que saiu meu primeiro filme (2009), acho que é hora de eu me desapegar do Profissão MC e fazer um outro filme , com ou sem dinheiro, e em 2017 vou fazer o filme: Fui ! , que será todo filmado no Litoral Norte, onde estou morando atualmente e feito 100% com atores não profissionais de lá, moradores locais. Com isso espero renovar meu nome como cineasta e com o sucesso do FUI ! , quem sabe ajudar a arrumar apoio pro Profissão MC 2 em 2018. É isso, nada mais do que isso. Mas a partir de 2017 quero me dedicar mais ao cinema.
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Enide Santos: Diga-me porque ser lido?
Buzo: Enide, valeu pela pergunta, eu acho que todo escritor quer ser lido. O dia mais feliz pra mim é o dia seguinte dos lançamentos dos meus livros, porque sei que várias pessoas estão me lendo.
O mais gostoso de escrever é quando você autografa um livro direto pro leitor.
Fico feliz quando vou numa cidade, no interior de SP, Litoral ou outro estado e até país e vendo alguns livros, não só pela grana da venda, mais principalmente porque naquela cidade alguém vai ler Alessandro Buzo, geralmente mais de uma pessoa lê cada livro, que dá hora você ir em São Carlos, São José do Rio Preto, Rio de Janeiro, vender uns livros e saber que ali, você tem pessoas que vão conhecer sua obra. Acho que é isso.
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Patrícia Adriana: Qual a importância dos saraus em sua opinião dentro da cultura periférica? E qual foi em sua vida ?
Buzo: Oi Patrícia, dentro da cultura é gigante, os saraus dão voz a quem não tem voz e a pessoa, mesmo sem ter livro publicado, passa a ter um público, pessoas que vão ouvi-la e aplaudi-la, eleva a alto estima. A pessoa pode não virar escritor, mais falar em público melhora sua vida. nem que seja na hora da entrevista de emprego por exemplo. Sem contar que geralmente os saraus mudam o seu entorno, as pessoas passa a ler mais, a escrever. O conhecimento é algo que ninguém tira de você.
Pra mim em especial, me sentia contemplado em frequentar alguns saraus da cidade, não queria ter o meu sarau. Mas, juntou a fome com a vontade de comer, em 2010, depois de 3 anos no Itaim Paulista, a Livraria Suburbano Convicto foi pro Bixiga e é no segundo andar de um prédio, na Rua 13 de Maio, 70, precisava movimentar o local, fazer as pessoas conhecerem, foi ai que resolvi ter um sarau, pra não ficar repetindo SARAU SUBURBANO CONVICTO na Livraria Suburbano Convicto, batizei só de Sarau Suburbano. Sem o Sarau o meu sonho de ter uma livraria especializada em Literatura Marginal já teria ido por água abaixo, já teria fechado as portas, ano que vem (2017), o Sarau complera 7 anos e a Livraria, 10.
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Sergio Ricardo: Cara é uma pergunta meio elogio mas não é puxa saquismo não!! Você é de uma geração formadora do movimento, você na sua retina viu o hip hop o Rap Nacional sair da marginalidade dos campinhos de terra pra hoje ser produto de grandes empresas...
Conversando cinco minutos com você sente - se a essência do movimento que adotamos como forma de viver mas já desisti do Rap uma dezenas de vezes depois não consigo e volto mas você sempre está aí pro que der e vier. O que te move??
Buzo: Obrigado Sergio pelo elogio, o que me move, costumo dizer é as contas pra pagar, friamente é isso, a alguns anos, desde 2008 que só trabalho com cultura, vivo dos meus trabalhos ligados a cultura , não só o Hip Hop, mais também a literatura, cinema, TV, palestras, curadorias, saraus, livraria, etc.. Então, pra não ter que voltar ao emprego formal, com horário e patrão, corro atrás todo dia, toda hora, não tem interrupção nenhuma, o tempo todo estou promovendo eventos, escrevendo, produzindo, articulando, dia e noite, semana, final de semana, feriado, pra mim qualquer dia é dia de trabalho, só assim consigo viver disso, não fiquei rico, mais pago minhas contas. Claro que faço por amor, amo tudo isso, Literatura Marginal, cinema, TV, saraus, Hip Hop, mas o foco é que desse trabalho eu passa pagar minhas contas e dar uma vida digna pra esposa e filho de 16 anos.
Mas o que me move é tudo isso e muito mais, é paixão, é tesão.

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