sábado, 10 de dezembro de 2016

ENTREVISTA COLETIVA COM ALESSANDRO BUZO - PARTE 4


Buzo responde perguntas dos seus seguidores.
Nessa PARTE 4 são 6 PERGUNTAS & RESPOSTAS.


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Eduardo Fernando : Qual o primeiro livro que você leu e qual foi a primeira vez que você teve a consciência de parar para escrever algo para se expressar ?
Alessandro Buzo: Salve Eduardo, li alguns livros infantis, mas o primeiro livro que me marcou foi Christiane F, 13 anos drogada e prostituída. A partir desse livro posso dizer que virei leitor. por volta de 1997, 98, 99, passei a escrever em fanzines e depois jornal de bairro no Itaim Pta, tive uma coluna sobre Futebol de Várzea no Jornal Pagina 1. Após meu primeiro livro em 2000, lancei com meu primo Magú o Zine Boletim do Kaos, que anos depois virou um jornal. Em 99 escrevi uma crônica chamada "Ferrovia Nua e Crua", a CPTM não ligou, a imprensa impressa também não, mandei pra eles, como ninguém ligou, tirei 50 xerox e distribuí pros manos e minas que pegavam o trem comigo, eles no dia seguinte se sentiam representados e um ou outro falou: - Porque você não escreve um livro do trem ? Escrevi a mão, sem ideia de como publicar, eu vendia alimento num atacadista pra restaurantes, não tinha dinheiro sobrando pra nada, casei em 1998, no começo de 2000 nasceu meu filho e independente, com uma ajuda do meu patrão na época, bancou 1/3 do custo de 500 livros. Assim virei escritor, hoje tenho 12 livros e organizei outros dez.
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Elisa Dos Santos Brunelli De onde surgiu a ideia de escrever seu primeiro livro , o que te motivou ?
Alessandro Buzo: Pegava os trens lotados na zona leste de São Paulo desde sempre, um dia precisei escrever o que só o usuário pode saber, isso me motivou.
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Eduardo Fernando : Na época que você frequentava a escola você já percebia que tinha uma aptidão pela escrita ?
Alessandro Buzo: Lembro de um fato, de uma professora de português chamada Célia, no Begbie no Itaim Pta, ela leu uma redação minha pra classe. Me senti o escritor.
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Eduardo Fernando : Qual a importância do rap na sua formação como escritor ?
Alessandro Buzo: Bem grande, o Rap politizou meus pensamentos, sempre ouvi muito rap nacional e no início da carreira era influencia total, um texto meu, famoso na época foi:
Facção Central, Papa, Bush...
Leia no link ...
http://www.vermelho.org.br/coluna.php…
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Eduardo Fernando : Se você pudesse indicar apenas um livro para seus leitores qual você indicaria ?
Alessandro Buzo: Só um ..... Capitães de Areia do Jorge Amado.
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Elvis Israel de Jesus : Gostaríamos que falasse um pouco sobre o tempo que esteve na Globo e se de alguma forma alguma boa causa da sociedade urbana da periferia teve uma relevância maior ?
Alessandro Buzo: O importante do quadro era dar visibilidade pra vários projetos culturais e sociais, e essa visibilidade traz apoio, parceiros e também serviu pra muitos familiares desses agitadores culturais, sentir orgulho do trabalho que o familiar realiza.


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SOBRE A ENTREVISTA COLETIVA QUE MEUS SEGUIDORES FIZERAM COMIGO.

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Se qualquer jornalista, de qualquer veículo, viesse me entrevistar, não teria sido tão bacana, porque vocês abordaram assuntos diversos, respondi com atenção, nada de responder por responder, se fosse assim, não teria convocado a COLETIVA.
Em 4 partes, foram 39 perguntas e abaixo a última que chegou, completando 40.
Valeu quem participou.
Alessandro Buzo
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Felipe Bianchi:
Desde q vc começou a atuar com causas sociais, através da cultura hip hip, da produção de mídia e etc.. como você enxerga o cenário durante governos tucanos e o ciclo de Lula e Dilma? Em relação à valorização, ao fomento e às políticas de Cultura e em relação à periferia.
Alessandro Buzo: Salve Bianchi, comecei a atuar a partir do meu primeiro livro, ou seja, desde 2000, são 16 anos de carreira.
Se responder sua pergunta apenas, vai parecer que tô puxando brasa pra minha sardinha, pra esquerda. Mas não é isso, é nítido pra quem promove cultura que o Governo Lula foi o melhor, abriu caminhos, possibilidades, começou a chegar alguma coisa pra nós, antes do Lula, fazer cultura na periferia era osso. A Dilma manteve e o Temer não está rolando nada.
Mudando pro âmbito municipal, o Haddad por exemplo, foi um ótimo prefeito e o Dória nem assumiu já promete segregar a VIRADA em Interlagos, acabar com a Secretaria da Mulher e Igualdade Racial, espero estar errado, mas vai ser muito difícil os próximos 4 anos. Quanto ao estado, o Geraldo Alckmin não faz uma, só sabe falar, falar, mas não resolve nada, apoia a morte de jovens negros e pobres na periferia, o crime tomou conta das quebradas, hoje se rouba até na favela.
Os governos de esquerda, tem uma visão mais real, da cidade e suas periferias. O que esperar do Dória que nunca pisou no barro. Repito, espero estar errado.

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